Anton Steenbock
(1984, Frankfurt, Alemanha / Rio de Janeiro, Brasil)
Da Silva Engenharia e Arquitetura SA, de Anton Steenbock, chega a Sorocaba e tem sua central de vendas instalada no shopping da cidade. Oferece um excêntrico catálogo de projetos a serem construídos em breve, entre eles um megatemplo no topo do shopping, como nos explicam os vendedores da loja. Nas ruas de Sorocaba, um outdoor promove a imobiliária recém-inaugurada no shopping e anuncia a construção do templo. Ambientes (in)verossímeis onde o futuro é um presente antecipado, e onde coabitam códigos estéticos da arte, do mercado e da religião. O fluxo intenso de informação no mundo contemporâneo leva-nos a novas concepções sobre a apropriação na arte, dando possibilidade para que o discurso artístico possa ser construído entre citações e referências corrompidas, como faz Anton Steenbock. Transitando entre o vídeo, o design, o projeto de arquitetura, entre ambientes, objetos e instalações, Steenbock, que vive na Alemanha e no Brasil, apresenta atmosferas distópicas e difíceis de designar (exposições? departamentos comerciais? salas de culto?).
É nesse tipo de proposta, cujo investimento caminha no sentido de “obra de arte total” e de um subentendido engodo do espectador, que nos confrontamos com a sua poética contrafeita, miscigenada, abastardada e ácida, na qual a apropriação é o motor dinâmico para a constituição de imagens (novas) do mundo.
Da Silva Engenharia e Arquitetura SA, by Anton Steenbock, is arriving at Sorocaba and has its real-estate sales center installed in the city’s shopping mall. It offers an eccentric catalog of projects soon to be constructed, including a mega-temple at the top of the mall, as the salespeople in the office tell us. In the streets of Sorocaba, a billboard promotes the recently inaugurated real-estate office and announces the construction of the temple. They are (im)plausible settings where the future is an anticipated present, and where artistic, marketing and religious aesthetic codes coexist. The intense flow of information in the contemporary world leads us to new conceptions about appropriation in art, allowing an artistic discourse to be constructed among corrupted references and citations, as Anton Steenbock does. Transiting between video, design, architectural plans, environments, objects and installations, Steenbock, who lives in Germany and Brazil, presents hard-to-design dystopian atmospheres (exhibitions? commercial departments? rooms for religious worship?).
In this sort of proposal, aimed in the direction of a “total work of art” as well as implicit spectator bait, we are faced with its counterfeit, crossbred, bastardized and acerbic poetics that resorts to appropriation as the dynamic motor for the constitution of (new) images of the world.
Marta Mestre