Participantes

Marcelo Moscheta

Brasil

(1976, São José do Rio Preto / Campinas, Brasil)

O mundo consiste não de formas pré-dadas, mas de formações metaestáveis, de diferenciações e de singularidades. Como essas diferenciações acontecem? Na obra de Marcelo Moscheta, De onde vêm os nomes, 148 rochas representam 148 municípios brasileiros que possuem, na constituição de seu nome, o prefixo ITA, que, na língua tupi-guarani, significa rocha.

Uma das características mais importantes deste trabalho é o deslocamento, uma vez que esta instalação duplica o número de camadas à sua volta a partir de uma contínua expansão de trajetórias. Um dos deslocamentos está na origem da palavra ITA, que contém, em si, pelo menos, dois tempos: o tempo histórico de cada uma das cidades listadas e o tempo de formação de mundo, representado pela rocha. Nas palavras do artista, “aquilo que não era existente, passa a ser presença por meio da força da palavra conferida à forma”. Ao cobrir com parafina as partes inferiores das rochas, Moscheta nos faz refletir sobre o que se encontra fora dos limites do visível. 

Significa dizer que a rocha não é um limite fixo, mas uma matéria móvel, tanto quanto as fronteiras que delimitam as cidades de ITA ou a posição do público que, nesta instalação, torna-se espetáculo. 

Obras do artista